Homem utilizou uma faca que usava no trabalho para acertar o colega de 21 anos. Suspeito foi detido por um policial que estava à paisana no supermercado.
Um homem de 30 anos, identificado como Luiz Henrique Silva Leal, foi morto a facadas por um colega de trabalho em um supermercado de Vitória, na noite de quarta-feira (24). Um cliente gravou um vídeo logo depois do crime e mostra Jackson de Jesus Santos, de 23 anos, andando pelos corredores do estabelecimento ainda com a faca na mão.
O crime aconteceu por volta das 20h30, dentro de um centro comercial na Reta da Penha, importante avenida de Vitória. Os dois homens trabalhavam para uma empresa terceirizada na área de hortifruti.
Clientes que estavam no local ficaram assustados.
“O cara tá com uma faca ali e deu várias facadas no cara ali agora. E ele tá tentando dar mais facada ainda. Olha a faca na mão dele, cheia de sangue”, comentou o cliente que filmou a confusão.
Testemunhas contaram para a polícia que eles teriam discutido momentos antes, mas não souberam dizer o motivo. Em depoimento, o suspeito alegou que já vinha sendo ameaçado pela vítima.
Após o crime, Jackson foi contido por um policial à paisana que fazia compras no supermercado e levado para a Delegacia Regional de Vitória.
A Polícia Civil informou que Jackson foi autuado em flagrante por homicídio qualificado, sem possibilitar a defesa da vítima, e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).
Desabafo da família
Luiz Henrique era natural de Camaçari, na Bahia. Morava no Rio de Janeiro com o pai e a irmã, mas mudou há cerca de 20 dias para Vila Velha, na Grande Vitória, após conseguir um emprego na empresa de hortifruti.
”Fazia um bico aqui e ali, para não ficar parado. Aí como eu tenho conhecimento aqui, falei ‘vamos para Vitória’. Novo, novo, novo. Tinha um bocado de sonhos. Porque é um cara estudado, tem segundo grau, curso. Mas, infelizmente, aconteceu essa tragédia aí”, contou o pai, que não quis se identificar.
O pai da vítima ficou sabendo da notícia por um telefonema e, de madrugada, e veio ao Espírito Santo para liberar o corpo.
“Eu me senti mal. Mal, mal, mal. Não sei como não me deu derrame. Filho, você sabe como é. Foi Deus quem me trouxe, porque eu vim chorando por dentro”, relatou.
Agora, família de Luiz espera que o assassino pague pelo que fez.
“Eu quero que a Justiça da Terra e a divina também, para ele pagar pelo que fez. Meu filho não volta mais. Só deixa saudade das coisas que ele fazia”, lamentou o pai.
A diretoria do Masterplace Mall, onde o supermercado fica situado, foi procurada na quarta-feira e informou, em nota, que “ainda não tem informações claras sobre o que aconteceu no Hipermercado BH e se adianta em informar que não emite comunicados sobre o que ocorre com os inquilinos do mall. Desde já desejamos que tudo seja encaminhado da melhor forma possível”.
A vítima e o suspeito trabalhavam na Distribuidora Pomar, que lamentou o ocorrido. “Estamos atuando junto aos familiares prestando toda a assistência necessária. O ocorrido está sendo tratado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.”
A assessoria do Supermercado BH também foi procurada na noite de quarta-feira e respondeu, nesta quinta-feira (25), que a loja foi fechada imediatamente após o crime.