Um homem de 57 anos foi assassinado a tiros e enterrado em cova rasa, na comunidade do Corre Água, no distrito do Pacuí.
José Antônio Arruda Rocha foi morto pelo caseiro da propriedade rural de um amigo, localizada no ramal do Raposo, onde estava fazendo alguns serviços.
O principal acusado, Matheus Quaresma dos Santos, de 20 anos de idade, que trabalha há dois meses no local, foi preso na noite desta segunda-feira (26).
Segundo o delegado Anderson Silwa, plantonista do Ciosp do Pacoval, a vítima foi morta por volta das 8h da manhã da última sexta-feira (23). Porém, o crime só foi descoberto quatro dias depois.
“O casal dono do sítio, como de costume, chegou na sexta-feira a noite no local e estranhou as luzes da casa estarem todas acesas. Eles então chamaram pelo José Antônio, mas quem atendeu foi o indiciado. Quando perguntaram pela vítima, ele disse que o mesmo tinha retornado para Macapá no período da manhã. Isso causou ainda mais estranheza nos dois, pois eles conheciam muito bem José Antônio, e sabiam que o mesmo não voltaria assim. Porém, eles ficaram lá. No sábado, o senhor foi até a vila para fazer contato com a vítima. Só que faltou energia e isso inviabilizou a comunicação. Já no domingo, ao retornarem para a capital, eles foram imediatamente para a casa do José Antônio, para saber se estava tudo bem, e ao chegarem, a esposa da vítima foi logo perguntando por ele. Daí, tiveram certeza que algo de muito errado havia acontecido “, detalhou Silwa.
Os compadres e a companheira de José Antônio foram até a delegacia registar um Boletim de Ocorrências (BO).
Nas primeiras horas de ontem, uma equipe de policiais civis se deslocou para a comunidade e descobriu através de moradores, que Matheus estava deixando a localidade em um carro. Os agentes fizeram um cerco e conseguiram capturar o caseiro, que passou a ser o principal suspeito do desaparecimento de José Antônio.
Ao ser preso e interrogado, Matheus confessou ter matado José Antônio e indicou aos PCs onde tinha enterrado o cadáver. Ele foi levado para o Ciosp do Pacoval e, ainda segundo a autoridade policial, revelou que a motivação do assassinato foi ciúme.
“O indiciado confirmou que foi o autor e disse também que o motivo foi ciúmes. Segundo ele, por diversas vezes, José Antônio teria, nas palavras dele, se enxirido pro lado da mulher dele. A vítima teria dito que a mulher era muito bonita e que queria uma chance. Ele [Matheus] alega que já teria conversado com José Antônio, para que não fizesse isso, já que a mesma era companheira dele. Daí, quando foi no dia do fato, os dois saíram para caçar juntos em uma área de mata, cada um com uma espingarda, e lá, a vítima voltou a falar, nos termos dele, ‘na cara dura’, que queria ter um caso com ela”, explicou o delegado.
Conforme o depoimento de Matheus, nesse momento ele efetuou o disparo na cabeça de José Antônio, com uma espingarda calibre 32, o que ceifou a vida do compadre do patrão. Após o tiro, o assassino voltou para a propriedade, onde pegou as ferramentas para cavar o buraco onde enterrou o corpo. Na sequência, o criminoso juntou os pertences pessoais da vítima e ateou fogo, na intenção de não deixar pistas.
Peritos da Politec foram acionados e fizeram a remoção do cadáver que já estava em estado de putrefação. Matheus foi autuado em flagrante por homicídio qualificado (meios que impossibilitaram a defesa da vítima), e ocultação de cadáver.
Na delegacia a polícia detectou que Matheus tinha um mandado de busca e apreensão por um crime análogo a um latrocínio (roubo com consequência de morte), praticado quando o mesmo era menor de idade.
Pela tarde, o réu confesso foi submetido a audiência de custódia. O juiz converteu a prisão em flagrante de Matheus para preventiva. Ainda hoje, ele será transferido para o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), onde deverá ficar até uma segunda ordem.
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