Facção esquarteja e incendeia corpo de “Argentino”, suspeito de vários homicídios em Manaus; restos foram espalhados por bairros da cidade

A guerra entre facções em Manaus teve mais um capítulo chocante neste domingo (22). Um homem identificado como Darlei Sales de Vasconcelos, conhecido como “Argentino”, foi executado, esquartejado e teve o corpo incendiado por integrantes do Comando Vermelho (CV). Ele era apontado como pistoleiro envolvido em diversos homicídios na capital amazonense.

O caso teve início pela manhã, quando populares acionaram a polícia após encontrarem um tronco humano em chamas na rua Monte Sião, bairro Jorge Teixeira, zona leste da cidade, nas proximidades da Escola Municipal Professora Sônia Maria da Silva Barbosa. O corpo estava sem cabeça, sem braços e sem pernas.

Policiais militares do 30º BPM isolaram a área até a chegada da perícia, e o Instituto Médico Legal (IML) realizou a remoção.

Ao longo do dia, outros membros do corpo foram sendo encontrados em diferentes bairros. Um braço humano foi achado dentro de uma caixa de sapato no bairro Tancredo Neves, acompanhado de um cartaz com a mensagem:
“Mexeu com a tropa, se fode. Tropa de Manaus CV. A tropa avança.”

Mais tarde, no bairro Cidade de Deus, zona norte, foram localizados a cabeça, outro braço e as pernas, também com um cartaz onde estava escrito:
“Tirei a vida de muitas pessoas inocentes e hoje, dia 22/06/2025, tô pagando da pior forma possível.”

Criminosos ligados ao CV também divulgaram vídeos grotescos segurando a cabeça decapitada de Argentino, zombando da vítima e lançando ameaças:
“Quem manda no Amazonas é o CV. Bateu de frente, se fode. Tá aí o Argentino, se fodeu.”

Em outra imagem, o rosto de Darlei aparece marcado com um “X” vermelho, sinal usado por facções para identificar alvos de execução.

Quem era o “Argentino”?

Darlei Sales de Vasconcelos, o “Argentino”, foi preso em 2019 com 19 anos, acusado de envolvimento em cinco homicídios, além de duas tentativas. Ele era considerado um pistoleiro a serviço do crime organizado, tendo iniciado sua trajetória no tráfico de drogas antes de migrar para o setor de execuções.

Na época da prisão, ele foi capturado com três comparsas em uma casa no bairro Raiz, zona sul de Manaus. Com o grupo, foram apreendidas uma espingarda calibre 12, duas pistolas (calibres .40 e .380), munições e um carro modelo Onix branco. Darlei chegou a apresentar uma identidade falsa, se passando pelo irmão.

O delegado Raphael Campos, da Polícia Civil, declarou na ocasião:
“Ele começou como aviãozinho e rapidamente foi promovido por sua frieza. Atuava como pistoleiro de aluguel.”

Darlei era investigado por ser o autor das mortes de Jocta Gil da Silva Araújo, Patrick Wheyne Oliveira dos Santos, Tiago Carlos Prata de Oliveira, Adailton da Silva de Souza, Geovane Ferreira Peres, e Anderson Cordeiro Santarém, todas ocorridas entre 2018 e 2019.

Informações apontam que o CV havia decretado a morte de Argentino, o acusando de ser matador de inocentes e rival da facção. Uma recompensa de R$ 100 mil teria sido oferecida por informações que levassem à sua localização. Ele vinha sendo procurado há meses.

Neste domingo, a execução foi concluída com requintes de crueldade. Além de esquartejado, seus restos foram deliberadamente espalhados em regiões diferentes da cidade, com cartazes de “justificativa” e dominação territorial.

A Polícia Civil do Amazonas investiga o caso por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Vídeos, mensagens e cartazes encontrados nos locais estão sendo analisados.

Apesar da brutalidade, até o momento ninguém foi preso.


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